segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Manhãzinha

O dia claro
O céu azul
O mar com sua espuma branca.
O vento...
O vento...
O vento...
E o quentinho do sol.

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Silente

Não posso dizer, não entenderia, não suportaria saber da importância que lhe dou. Não, não, é melhor que fique tudo quieto, escondido, calado e alado onde está, no fundo de meu ser, na superfície de meu ser, no cerne dos meus pensamentos, no entorno dos meus pensamentos. É melhor que não saiba, não entenderia, nem retribuir possa:

Amor, eu quero tanto que saibas, quero tanto exaltar-te aos quatro ventos, e tomar-te nos braços, e cortejar-te como teus olhos espreitam, e cortejar-te como teus olhos anseiam, e cortejar-te como teu ser exulta, e cortejar-te porque parece que nasceste para isto, porque merece tanto que te cortejem que eu fico sem entender que não haja viva alma a rodear-te em minuciosos alentos, em gracejos solares, em palavras amenas e sinceras, em olhares fervorosos.
Vê, eu tenho tudo isto aqui dentro de mim, os meus olhos já te olham fervorosos, as minhas palavras buscam-te por todos os cantos, a minha lembrança é por ti. Vê, eu estou aqui esperando que me alcances de um jeito tão doce, tão doce que isso nos una para sempre. Vê, está tudo nublado mas chegas ao meu lado, está tudo tão mais bonito. Ouve, silêncio. Estou serena por estares ao meu lado, estou tranquila por estares ao meu lado, estou plena. Por que isso também não chega em ti, amor? Por que isso também não te aflige, amor? Parece que tomei mais para mim de ti do que planejavas que fosse, por isso não te digo nada, por isso deixo estar, por isso faço que não te gosto tanto quanto meu peito clama.

O silencio as vezes me arrasta para tão fundo que tenho medo, o silencio as vezes ergue uma muralha tão extensa que tenho medo, o silencio me faz parecer uma farsante – não o silencio de sentir ao meu lado, mas o do sufocar das minhas sensações. A tranquilidade de ter ao meu lado, isto que também é silencio, me apraz. Mas o meu silencio de abnegação, que me faz parecer farsante, que me impõe constante dúvida, esse silêncio é um tormento.