sexta-feira, 25 de junho de 2010

Dessas coisas

Pego-me na ansiedade alegre de uma criança que espera por um passeio ou por um saco de pipoca. Passo os dias assim, nessa expectativa pelo óbvio que ninguém vê. As músicas tocadas embalam meus calafrios no estômago.
Se pudesse, diria ter arranjado a inspiração, como se fosse aquela musa do poeta. Temo a censura. E de onde evoco tanta beleza, se hoje, olhando naqueles olhos e rosto tão de perto talvez nem fossem tanto? Mas são tão belos. Pergunto-me se ninguém mais vê. Tão belos. Acho, as vezes, que aquela beleza foi feita sob encomenda pra mim.
Aonde fui buscar tanto encanto para um só rosto entre tantos?
Cruzo os dedos para que fique ao meu lado e não ache graça neles. Mas não consigo ser divertida ou coisa alguma. Perco-me. Fico sem palavras, sem saber por onde começar. Forjo uma naturalidade que não é minha, até minha voz muda sem meu comando.
Mas quando conseguimos uma conversa, uns risos, dessas coisas sem pretensão ou nervosismo, fica tudo tão bom e mais bonito - faz-se festa dentro de mim.

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