sábado, 22 de maio de 2010

-

Não tenho nada a dizer.

O vestígio de angústia
que ainda habita em mim
tem a voz baixa
Sem força suficiente
para se fazer entender.

Minha cabeça parece vazia –
eu sei, ela não está
Nem quer.

Mas os pensamentos
vêm
vão
sem o menor compromisso
de serem meus.
Chegam dando rasantes,
pousam,
ganham abrigo,
se vão.

As vezes voltam
Outras nem se fazem lembrar.
Mudam-se com desapego
Acho que não têm endereço fixo.

Alguns
são bons conselheiros,
Outros
não passam de companhias
indesejáveis.

Tem horas
que tudo que existe
sou eu.
O mundo lá fora,
eu espero,
toma conta de mim –
ou não,
sabe lá o destino.

Não percebo ninguém,
nada.
Sons passam distantes.
Eu passo distante.
Sorrio para o nada,
vidro os olhos em alguém –
nem reparo no que faço.

Alguém me reparou.
Eu não vi.

E o tempo voa,
não pensa em parar pra eu pensar
em paz.
O tempo vai embora
e não pensa em voltar
atrás.

Nenhum comentário:

Postar um comentário