domingo, 2 de fevereiro de 2014

Solilóquio

Avolumei meus livros de poemas comigo.
Neles, tudo o que parece impossível descrever.
Em mim, essa tristeza tamanha e sonora de você.
Eu quase sinto dor, mas eu finjo.
Eu quase grito, mas eu finjo.
Eu quase me desespero, mas eu finjo.

Se eu pudesse, prenderia os seus passos aos meus.
Mas não posso, nem devo.

Amigos? Onde estarão todos eles?
Finjo para mim não tê-los.
Finjo para mim tê-los.
Afinal, sinto-me só,
porque ignorei sua presença,
porque ignorei que precisava fazê-los.

Amontoei meus poucos livros de poemas
comigo.
Finjo para mim,
Que sou poeta como eles.
Mas não me leem – de que me serve?

Escrevi esse poema de forma diversa,
como se estivesse ditando-o em voz alta
a mim.
Ele veio pronto, ele se fez enquanto se fazia.
Eis aí, eis aqui.

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