quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Um sonho de fruta

Era uma vez uma mini-mulher melancia. Desde pequena seu sonho era ser mulher fruta. Ninguém acreditava que pudesse ser realizado, mas conforme ela foi crescendo, todos realmente começaram a enxergar nela uma menina-fruta-prodigio. Num belo dia, ela decidiu fazer algo radical: se pintar de melancia e sair na rua assim, tinta e pele, só para chamar atenção. Quem sabe não a chamariam para a Playboy? Ou até mesmo para a revista Sexy, para ela tanto fazia. Mas começou a chover, sua tinta corporal começou a derreter e ela, desesperada, saiu correndo até encontrar uma feira. Na feira, pegou a maior melancia que viu, deu um soco no meio e começou a comer desesperadamente. Segundo ela, se comece muita melancia, transformaria-se numa. Bem, lógico que não foi o que aconteceu. Então, quando chegou na décima primeira melancia, decidiu parar de comer, já que continuava igual. Ela ficou traumatizada, coitada. Não entendia como um talento tão evidente poderia ser desperdiçado. Até tentou explorar outros talentos, mas foi pior: descobriu não ter nenhum. Bem, ela tinha um do qual se envergonhava, que era fazer programas, mas só fazia nas horas vagas, escondida de todos.
Um dia, acordou determinada: não poderia deixar passar mais tempo, se não realizasse seu sonho frutífero ela desistiria dele pra sempre. Trágico, não? Pois é. Ela foi para o shopping, entrou num quiosque que lá tinha, subiu no balcão, ligou o radinho no último volume do “Créu” e começou a dançar. Uma multidão aglomerou-se a sua volta. Quando finalmente havia terminado a velocidade 5, foi aplaudida. E todos se perguntavam o que aquela mulher pretendia. No meio de seus agradecimentos vieram os seguranças do shopping, desceram-na do balcão e levaram-na dali. Foi acusada de atentado ao pudor. Chegou a ir à delegacia, mas foi logo liberada. Chegou em casa exausta, mas satisfeita, conseguira ser mulher melancia pelo menos por um instante. Ficou até emocionada em pensar. Agora que já havia alcançado seu grande objetivo de vida, resolveu arranjar outro rumo: virar vaqueira era seu segundo sonho, era a melhor maneira de achar o boi de sua vida. Casaria e teria vários cabritos. Mesmo depois de casada, não conseguiria largar seu hobby secreto: fazer programas.

Um comentário:

  1. ainda nao entendi porque tanto hipobe pra mulher melancia, vc a odeia? qual foi o sentido desse post? Parabens por ter passado pra UFRJ

    ResponderExcluir