quinta-feira, 26 de abril de 2012

Bruma

Sinuosa forma branca
sobre o que há de prado
e folha verdejante.
Vê: há quem chame de arte,
Amor.

Sobe o morro.
Estás entre as nuvens
e teus cabelos mais bonitos
Impossível. Pega-os, toca-os –
os cabelos e as nuvens.
Sente o que há de pluma e de alma,
o que há de luminoso e alto,
teus cabelos tocando o céu,
teus cabelos soltos, finalmente.

Sente o frio,
Respira, vira pássaro licencioso,
Toca a luz de novo com os cabelos soltos
Não perde o costume,
Relembra a liberdade sempre
E mais uma vez.

A tocaia está armada,
Ninguém está impune,
Amor.
Mas o céu está aí,
As flores, orvalhadas,
o ar, frio.
Vê, Amor
O dia te inspira
e tu o aspira e expira
Vê, Amor, está tudo nublado
Mas é tão bonito.

Não consegues nem fechar os olhos
Nem conter a respiração
Tens fome de tudo quanto te rodeie.
Abre a cortina do auditório majestoso
e te infiltra nele.
Te infiltra no que é teu, por direito
ou não.
Sente a liberdade sempre
E mais uma vez.

Nenhum comentário:

Postar um comentário