É noite, e a música tão melódica que sinto saudades. Já é
noite e nós mal amanhecemos. Ainda
é noite, eu não tenho sono, quanto a ti, não sei. Mas ainda é noite e eu quero
um dia mais, e logo. O sabor tão recente da companhia nova e boa.
Joguemos ao vento algumas flores, roxas e amarelas. O que
isto diz para nós? Onde está a beleza nisto tudo? Em nós. Procuremos um lugar
vazio e fresco para sentarmo-nos a sós e esperar o tempo, a falar, a calar, a
pausar. Há beleza nisto? Há. Quem passa e nos percebe ali sabe e consente.
Talvez até esteja frio, talvez o tempo esteja cinza – e não há nisto metáfora, falo
do tempo mesmo, do céu, do ar. Há beleza nisto. Aquiescemos.
Estamos passando. Ruflam os tamborins, os dedos, os tambores, os corações, as
asas do pássaro, as bandeiras. Estamos passando e nossos olhos sorriem. Não
toco-te com as mãos, mas meus cabelos esbarram no teu ombro. Pareando-te, olho-te
de onde estou: que bonito. Que perigo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário