sábado, 27 de fevereiro de 2010

Diálogo silêncioso

Pedi a Deus algumas oportunidades. Ele me deu e eu desperdicei todas elas. Fingi não perceber enquanto dentro de mim havia uma batalha incessante:
- Vai lá, foi você quem pediu. Está a alguns passos, é só seguir.
- Não, melhor não arriscar. Não vai dar em nada mesmo.
Deixei pra lá e segui meu caminho desviando das chances que Ele me deu.
- Deus, confesso, fui covarde. Será que não tem como haver uma segunda, talvez terceira ou quarta chance? Talvez seja pedir demais mesmo. Mas eu queria tanto. Tá, eu sei, eu sei que se eu quisesse tanto eu teria seguido. Mas ué, talvez meu medo fosse maior que minha vontade, ou igual, por isso não segui. Ah, não é tão fácil assim. Eu sei, não tem ninguém dizendo que é fácil e que eu preciso tentar mesmo assim. Eu sei de tudo isso. Me digo catolicamente. Já estou quase cansada de saber. Mas mesmo assim não faço, né? Pareceu até minha mãe agora. E eu não ligo pro que minha mãe diz. Ei, isso não é verdade. Eu sempre ligo pro que minha mãe diz. Tá, as vezes eu não ligo muito, mas o que é que tem? Se você liga pra tudo o que te dizem, enlouquece, sabia? Se você liga pra tudo o que diz para si mesmo também. É verdade. Melhor parar.

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